PT · EN

Criação nº 151

A Maior Flor do Mundo

Os humanos vivem rodeados de coisas incríveis, mas muitas vezes nem reparam que elas existem. O menino desta história, saiu de casa para descobrir o mundo e no caminho, reparou numa flor, murcha, quase sem vida. Resolveu salvar a flor e conseguiu! Essa tornou-se a sua maior aventura. Este gesto de atenção e amor, foi profundamente transformador. Agora, todas as pessoas da aldeia, onde o menino vive, perceberam que existia há muito tempo uma flor enorme e bela, ali. O menino desta história é um menino especial de história, porque ele vai crescendo de história em história e sem perceber, vai tocando mais humanos, pequenos e grandes. Nós, equipa deste espetáculo, partimos da história do José Saramago, essa bela história, escrita com poucas palavras e acrescentamos muitas mais palavras, para vos dar outras coisas e vos convidar a habitar este novo espaço. Assim, nasceu esta história e se aceitarem o desafio, a história pode continuar a crescer através de cada um de vocês e será sempre maior, como a flor, que é, A Maior Flor do Mundo.


Isabel BarrosEncenadora

Os Intérpretes

Alexandre Calçada

Este pequeno conto do José Saramago, fala, a meu ver, sobre entrega, atenção, cuidado. Um rapaz que sonhava com aventura e descoberta, sai de casa e interrompe a sua busca para cuidar de uma pequena e murcha flôr que encontra no caminho. Como intérpretes o nosso intuito é resgatar esses valores que encontramos neste rapaz especial de história e deixar-nos contagiar por eles neste trabalho. Entrega, atenção e cuidado também são amor. Foi feito com ele. Esperemos que gostem!


Alexandre Calçada nasceu em Faro, em 1992. Concluiu em 2014 a Licenciatura em Interpretação na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE). Trabalhou com encenadores como António Durães, Marco Martins, Jorge Castro Guedes, Paulo Calatré, Fernando Mora Ramos, Kate Craddock e Nuno Carinhas. Através do programa Erasmus trabalhou como ator em dois filmes realizados em Newcastle, UK. Ainda em Cinema, participa na Curta-metragem “Dentro” de João Nuno Faria. Conta ainda com alguns trabalhos com produtoras de ficção Nacional: Plural Entertainment, nas novelas “Santa Bárbara”, “Massa Fresca” e “Jogo Duplo” e na SP, na novela “Paixão”.



Elisabete Pinto

Olá! Em ano de centenário do nosso prémio nobel, o ÚNICO, o nosso herói menino, o ÚNICO daquela aldeia, “a pessoa mais pequena daquele lugar” ensina-nos a beleza de cuidar, de olhar, de amar... e assim podermos ser maiores do que o nosso tamanho e sermos os heróis das nossas descobertas.

Elisabete Pinto nasceu em Castro Daire, Viseu, em 1974. Possui o Curso Profissional de Teatro do Ballet - Teatro Escola Profissional, do Porto e uma Pós-Graduação em Educação Artística, pela Escola Superior de Educação de Viana do Castelo. É Mestranda em Educação Artística na ESE-IPVC. Fez estágio de curso na cidade de Régio Emilia, Itália, sob orientação do encenador Franco Brambila e do cenógrafo Josef Svoboda. Iniciou a sua atividade profissional em 1995, na companhia de teatro Filandorra- Teatro do Nordeste, de Vila Real. Em janeiro de 1996, ingressou no Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana onde se mantém até à data. Como atriz, participou em mais de 90 criações profissionais. Como encenadora, levou à cena vários espetáculos para a infância e juventude. Desempenhou funções de Diretora de Cena do Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana entre 1999 e 2012. Em 2013 foi eleita Presidente da Direção do Teatro do Noroeste - Centro Dramático de Viana, CRL., tendo também assumido a Direção Artística da companhia de teatro, cargo que desempenhou até julho de 2015.

Os Criadores

Isabel Barros

Encenação


Ao longo da sua carreira tem desenvolvido trabalho como coreógrafa, intérprete, programadora e formadora. Nasceu no Porto e é membro da direção do balleteatro do qual foi fundadora. Após a sua formação inicial em dança clássica com Ruth Howner realizou diversos cursos em dança contemporânea e composição em Paris, onde residiu e estudou. Participou em diversos seminários dirigidos por Gisèle Barret e Pierre Voltz no Institut d' Etudes Théâtrales – Paris III. Em 1996, Berlim, fez um estágio com Susanne Linke onde desenvolveu trabalho na área da performance a solo. Estudou teatro e conclui a licenciatura do Curso Superior de Teatro na Escola Superior Artística do Porto. Colaboradora regular do Teatro de Marionetas do Porto, desde 1994, fez também direção coreográfica do espetáculo O Lobo Diogo e o Mosquito Valentim, dirigidos por João Paulo Seara Cardoso e apresentados na Casa da Música no Porto. Como programadora concebeu para o balleteatro auditório diversos ciclos de espetáculos nas áreas da dança, do teatro e da música privilegiando formatos transversais e alternativos e dedicando momentos para criadores emergentes. Recebeu o prémio Almada (1999), atribuído ao balleteatro, como distinção do trabalho realizado ao nível da programação. Relacionado com esta atividade tem colaborado com diversas redes nacionais e internacionais e é membro do conselho artístico de Repérages Danse à Lille. É professora no balleteatro, na Escola Superior Artística do Porto e na Escola Profissional de Musica de Espinho e formadora convidada noutras instituições. É responsável pela coordenação de vários projectos artísticos de carácter social. Recebeu o 1ºprémio Giros – festival de Artes, um evento APNA, pelo trabalho realizado com bailarinos, atores, músicos e pessoas portadoras de deficiência, numa colaboração entre o Balleteatro e o Centro Regional de Paralisia do Norte. Em 2008 lançou o livro “Quando é que chegamos?”. Desde Novembro de 2010 é diretora do Teatro de Marionetas do Porto.




José Luis Guimarães

Cenografia

...tudo começou com uma bela conversa, acerca de Saramago e da sua lindíssima história infantil, com a encenadora Isabel Barros. A Isabel tinha uma visão, uma ideia. Contar esta história com “coisas, objectos”... E a minha proposta nasceu aí, nesse instante na minha cabeça.

Depois, li o pequeno livro “A maior flor do mundo”. De imediato percebi, que a “minha ideia”, podia ajudar a contar esta história.

Esta ideia, queria geometrizar todos os momentos do texto. As arvores, as montanhas, a aldeia, o rio e... naturalmente a flor.

A proposta era,... incentivar com a cenografia, o imaginário infantil e adulto, de quem vê, ouve e sente esta história, a ser contada, com um conjunto de objectos cenográficos capazes de serem interpretados de diferentes maneiras por todos... Como se fossem peças de um puzzle que se vão encaixando com o decorrer da história.

Como método de trabalho, optei por construir uma maquete, em cartão e com escala, capaz de simular com rigor a construção da cenografia.

A manipulação destes sólidos na maquete, ajudou a visualizar de uma maneira muito real, todo o cenário proposto, como se a historia fosse acontecendo através de cada sólido construído.

Também existia a preocupação da dimensão, da medida, do peso de cada estrutura geométrica. Por isso escolhi construir as peças em aglomerado de madeira. Simples, leve, com qualidade visual, e com capacidade de ser transportado para onde as necessidades o exigissem.

Por fim, surgiu a cor. Pincelar algum dos sólidos, que culminam na encenação com o vermelho piramidal da “maior flor do mundo”.


Natural do Porto, 1967.

Arquitecto pHd. Professor e investigador universitário desde 1991, na ESAP (Escola Superior Artística do Porto). Doutor em arquitetcura.

Músico, pintor, dramaturgo, cenógrafo.

Como músico (pianista), fez parte de bandas de diferentes géneros musicais.

É autor e compositor de diversas canções e de música instrumental.

Como pintor, participou em diversas exposições coletivas.

É autor de dramas e comédias teatrais.

Tem três livros de poesia publicados.

Tem trabalhos publicados e premiados na área da arquitectura.

Trabalha em cenografia desde 1982, para o teatro amador e profissional.



Adriel Filipe

Apoio ao Figurino

Nasceu em 1993 no Brasil. Foi modelo infantil de fotografia e passarele. Chegado a Portugal em abril de 2009, tirou o Curso de Técnico de Animação Sociocultural na Escola Secundária de Monserrate, Viana do Castelo, que concluiu em 2012. Em 2010 integrou o elenco de um grupo de teatro amador de Santa Marta de Portuzelo (Grupo Parnassus) e participou em diversas iniciativas e projetos teatrais de forma amadora ou independente. Estreou-se profissionalmente no Teatro do Noroeste-CDV em 2011, no espetáculo "Ecos Verdes", de Castro Guedes. Em 2012, participou numa Masterclass de Teatro com o ator João Grosso, assim como mais tarde, fez outras formações em interpretação, com Pedro Giestas e Guilhermo Heras. Participou em várias edições da Escola de Verão para Atores, tendo como formadores Guilhermo Heras, João Mota, Olga Roriz, Alexandra Moreira da Silva, Isabel Barros, João Henriques, Teresa Lima, Ricardo Simões, Nuno Cardoso, Antonio Simón, entre outros/as. Integrou o elenco residente do Teatro do Noroeste-CDV entre janeiro de 2014 e dezembro de 2019, tendo participado nos espetáculos “João e o Pé de Feijão”, "A Vida Trágica de Carlota, a Filha da Engomadeira”, "O Gato das Botas", "Viva o Casamento", "Pinóquio" e "Perdição", de Fernando Gomes; "Pequenas Peças Desoladas" e "Bodas de Sangue", de Guilhermo Heras; "Anjo Branco" e "(I)migrantes", de Graeme Pulleyn; “A Estalajadeira” e “A Noite” de Ricardo Simõers, entre outras produções da Companhia até 2018/2019. Desde 2020, por desafio da Direção Artística exerce, principalmente, a função de Produtor Executivo, tendo a seu cargo a organização, implementação e acompanhamento dos processos de criação, acolhimento e circulação da Companhia, incluindo e com destaque para o Festival de Teatro de Viana do Castelo; assim como a manutenção e articulação entre espaços de trabalho da Companhia, reportando à Assessoria Diretiva, à Direção Artística e à Direção do Teatro do Noroeste - Centro Dramático de Viana.



Bruno Ferreira

Desenho de Luz

Nasceu em 1995, em Viana do Castelo. Frequentou e completou o curso do Ensino Secundário de Técnico de Manutenção Industrial – Eletromecânica, na Escola EB 2, 3 Pintor José de Brito, em Santa Marta de Portuzelo, entre 2010 e 2013. Prosseguiu a sua formação no Curso Técnico Superior Profissional de Artes e Tecnologias, Luz, Som e Imagem, da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, que frequentou e concluiu entre 2016 e 2018. Iniciou a sua atividade profissional como trabalhador independente, colaborando regularmente com a empresa GAMProaudio, Lda., desempenhando funções de técnico de luz e, posteriormente, desenhador de luz, desde 2018 a janeiro de 2019, período durante o qual adquiriu experiência e conhecimento técnico sobre sistemas de iluminação e som, assim como sobre programas informáticos de criação, programação, edição e operação de luz e som, para além de cargas, viagens, montagens, realização e desmontagens de concertos e festivais de música, em Viana do Castelo, no Teatro Municipal Sá de Miranda, no Centro Cultural de Viana do Castelo e no espaço público desta cidade, assim como por todo o Alto Minho e também por várias cidades nacionais, através da circulação por todo o país. Colaborador regular como prestador de serviços de técnico de montagem e iluminação no Festival de Teatro de Viana do Castelo, convidado pelo Teatro do Noroeste - CDV, em 2018 e 2020, prossegue a sua aprendizagem aplicada ao espetáculo e, em agosto de 2021, ter aceitado o convite da Companhia Residente do Teatro Municipal Sá de Miranda para integrar a sua equipa técnica. Responsável técnico do Teatro do Noroeste - CDV, vem colaborando com vários/as criadores/as convidados/as e residentes nos desenhos de luz de criações como: “Inconsolável Viúva”, de Fernando Gomes; “Hantígona”, de Guillermo Heras; “Memória, Memória, Começou a História!”, de Graeme Pulleyn; e da assistência à iluminação de Cárin Geada em “A Noite”, encenação de Ricardo Simões.


Serviço Educativo


Quando a equipa de trabalho do espetáculo A Maior Flor do Mundo decidiu que era fundamental entrar na escola para criar um laço de afeto artístico entre público escolar e o teatro, estávamos longe de imaginar a viagem que estava prestes a começar!

A Mediação do Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana visitou 38 escolas do concelho de Viana do Castelo e falou com 2877 crianças! Esta visita pré-espetáculo pretendia promover a comunicação com as crianças, educadores e professores do pré-escolar e primeiro ciclo, numa aproximação aos temas desenvolvidos na história.

Entrámos na Escola, entrámos em cada sala e em cada grupo de crianças, e com cada professor e educador, afiámos a curiosidade de cada criança. Falámos do livro A Maior Flor do Mundo, falámos sobre José Saramago, sobre as ilustrações do livro, sobre o teatro, o palco e as pessoas que fazem teatro, sobre como é emocionante o teatro ir à escola de cada um, sobre quem já tinha ido ao teatro e quem nunca foi, sobre como uma história se transforma magicamente em teatro e aquece os nossos corações. Deram-se nomes à flor, inventaram-se novos fins, imaginamos como seria se o “José” visse o espetáculo, e cada um recortou, desenhou e pintou a sua própria maior flor do mundo! Foi uma viagem incrível e absolutamente necessária! Uma viagem de amor!

A história que José Saramago escreveu, deu linha para que a Isabel Barros pudesse tecer, construir, dar forma e brilho, junto com os atores Elisabete Pinto e o Alexandre Calçada, que após a visita da mediação, fizeram o teatro acontecer em cada uma das escolas!

É nosso desejo que este caminho continue a ser construído por todos e todas!


Viva o Teatro!


Liliana BarbosaMediação

A Estreia